País diferente, cidade nova. Sozinha. Mesas cheias de risadas, eu e meu caderninho. Peço uma coisa nova/desconhecida do cardápio- tá escrito que é o melhor sei-lá-o-quê da cidade. Graças às batatas fritas eu não continuo desmaiando de fome. Mexo as coisas no prato de um lado para o outro. A garçonete fica desapontada e pergunta se não gostei, quero falar em português: Mas moça, é carne crua com ovo e maionese num pote!!! Não contente com a minha coragem desperdiçada e minha fome continuada decido pedir uma sobremesa com uma fruta que não conheço.
Chega, tem uma partezinha gostosa, uma farofa doce, a fruta é daquele doce enjoativo que só fruta pode ser. Mas agora era uma questão nacional que estava em jogo, a garçonete me olhava, verificando se eu zombaria de seu país com meu sotaque ruim, minha falta de compreensão e pior, meu desgosto pela comida.
Mas eu, já enjoada da carne crua não ia conseguir engolir todas as bolinhas amarelas da sobremesa. Escondi-as no guardanapo, disfarçando para rir com elas depois, melecando minha escova de cabelo na bolsa, afinal, eu não podia desapontar a garçonete.
Mirabelles eram seus nomes, mirabelle cada uma delas.
E essa é a história do meu nome, fruta de país diferente, gosto não familiar, de cor contente. Escrevo porque me confundo com as coisas e quero saber como é ver o mundo de dentro do potinho de sobremesa. Escrevo porque cheiro de fora e quero cheirar de dentro, porque palavra é coisa com a qual se faz amor com ou sem caneta, ainda com fome, sentada sozinha na mesa.
Chega, tem uma partezinha gostosa, uma farofa doce, a fruta é daquele doce enjoativo que só fruta pode ser. Mas agora era uma questão nacional que estava em jogo, a garçonete me olhava, verificando se eu zombaria de seu país com meu sotaque ruim, minha falta de compreensão e pior, meu desgosto pela comida.
Mas eu, já enjoada da carne crua não ia conseguir engolir todas as bolinhas amarelas da sobremesa. Escondi-as no guardanapo, disfarçando para rir com elas depois, melecando minha escova de cabelo na bolsa, afinal, eu não podia desapontar a garçonete.
Mirabelles eram seus nomes, mirabelle cada uma delas.
E essa é a história do meu nome, fruta de país diferente, gosto não familiar, de cor contente. Escrevo porque me confundo com as coisas e quero saber como é ver o mundo de dentro do potinho de sobremesa. Escrevo porque cheiro de fora e quero cheirar de dentro, porque palavra é coisa com a qual se faz amor com ou sem caneta, ainda com fome, sentada sozinha na mesa.
Por... (nome e foto acima do texto)