quinta-feira, 24 de junho de 2010

Você não gosta de futebol menina?

Mesmo que você não tenha o arcabouço teórico necessário para engatar uma discussão sobre o seu apoio ou censura a respeito do Dunga furar o pacto com Ramires ao escalar Daniel Alves como reserva de Elano, que não treinou hoje, contundido no ultimo jogo contra a Costa do Marfim ou se você acha que a Suíça tem boas chances de garantir a classificação para as oitavas de final diante de Honduras, mesmo sem contar com o meia Valon Behrami, expulso na derrota de 1 x 0 para o Chile e que fica de fora para cumprir suspensão...

Mesmo assim, a copa tem essa coisa de ser uma licença poética estendida.

A copa nos dá licença para usar verde com amarelo (Jesus!!), licença de se arrepiar patrioticamente com qualquer coisa que de repente vira símbolo de orgulho, de guaraná a havaiana, licença poética do trabalho, licença das neuroses, licença do inverno (ou alguém acha que futebol e cerveja combinam com cachecol?), licença da semana, porque uma semana que começa com uma perspectiva de jogo é outra semana, é quase feriado, é aquela semana que vai carregando dia a dia com uma eletricidade diferente.

Mas pelo amor do santo padroeiro da imagem feminina, a copa não dá o direito às mulheres fazerem aqueles comentários infelizes de que
“parece que tem mais vermelhinho do que amarelo”,
de não entender o que é impedimento ou
de ficar perguntando porque o Taffarel não está jogando
(tudo bem que você só decorou esse nome porque o Galvão fez um imprinting no seu cerebro em 94: Sai que é suuuuuuuuuuuua Taffarel).

Pra mim, o melhor da copa é a sensação que se ganha, de brinde, de que você tem algo em comum com qualquer um, com todo mundo.

Sempre admirei, e porque não admitir, senti um tantinho de inveja dos homens, esses seres que sempre tem o futebol como bóia salvadora de qualquer contato com outro ser humano (homem tb, claro!).
Um cara passa pelo porteiro pela terceira vez no dia e não precisa fazer aquela cara desesperada que a gente (mulheres) faz em busca de algo pra dizer (que não seja o tempo, coisa que você já falou nas duas primeiras vezes: “Oi Sr. Darcy, melhorou o tempo hoje né?”...mais tarde: “Sr Darcy, parece que vai fechar hein!”).
Eles sempre podem chamar o Sr Darcy de corinthiano e a partir daí iniciam a dança fluida e natural do diálogo futebolístico.

Mas se as más criações do Dunga com a imprensa não te interessam, se você não quer conversar com o seu Sr. Darcy e acha essa coisa de pom-pom amarelo com unha verde e vuvuzela ... ainda sim amanhã tem o Cristiano Ronaldo pra gente ver...
Por Mirabelle

Leiam tb: http://banheirofeminino.com.br/2010/06/16/baranga-na-copa-do-mundo/

5 comentários:

  1. Me diverti muito com o post. Muito bom! Uma leitura agradável e divertida na madrugada calorenta do Acre. Seu irmão me falou do blog e resolvi dar uma "olhada". Parabéns!

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  2. Essa sexualização do futebol é lamentável.

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  3. Vc acha? Bom, penso diferente, penso que talvez o grande lance do futebol para os homens mesmo seja essa coisa do jogador ser uma espécie de herói, pelo talento, pelo reconhecimento (inclusive financeiro) que tem e porque não, já que somos todos humanos (meio chipanzés)...pelo recocimento das fêmeas do mundo. Mas futebo tb é arte, tb é poesia como nos ensinou prof Freud sobre a sublimação das pulsões sexuais.
    Talvez essa sexualização seja uma des-sublimação então, lamentável essas mulheres pouco sublimes!!!:)
    Mirabelle

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  4. Pra mim não é sexualização, é admiração! que coisa linda moços bonitos correndo com aquele vigor, vibrando seus gols, Ah, que gostoso ver futebol bonito com homens lindos de pernas maravilhosas!!!

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  5. Ele apareceu numa piscina com as unhas dos pés pintadas de preto depois de Portugal ser eliminado da Copa! Buemba! Buemba!
    E esse filho sem mãe que ele arranjou, alguém (o Ricky Martin, por exemplo) explica? Será que é tão difícil arranjar uma candidata à mãe (eu posso participar dos ensaios clínicos se tiver test drive, alguém mais?)

    Beijos,
    Darling Darling

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