segunda-feira, 19 de julho de 2010

Se não fosse o Bruno...

Gente, vamos combinar, que mesmo que já esteja cansando todos os updates do caso do Bruno, a gente gostcha mesmo dessa coisa, não pão-e-circo, mas morte-e-circo.

Se é claro que qualquer ser humano que ainda não alcançou a iluminação divina adoora saber de casos horríveis como o da Isabela jogada da janela, da Elisa supostamente morta e comida por cães, acho que esse caso chama uma atenção especial não apenas pelo crime e todo o clima de CSI tupiniquim (como um exame de sangue demora 20 dias para ser feito?), mas por significar uma chave para o mundo encantado dos jogadores de futebol.

Se o Brasil tem heróis eles usam chuteira, e no caso presente, luvas. São os meninos pobres que dão certo, que têm contas milionárias e o mundo aos seus pés.

Finda a Copa descobri um segredo masculino intrigante, e cá entre as mulheres, bem engraçadinho: quase todos os homens gostariam de estar na seleção. Eles xingam, criticam, disfarçados de “entendedores de futebol”, mas a verdade motivadora de toda mesa redonda é a velha inveja, na melhor das hipóteses, admiração pelos homens-heróis que ao invés de capas, usam chuteiras mágicas, com o poder de 100 mega-senas, o poder de trazer todas as mulheres do mundo, todas as ferraris e todos os outros homens falando deles.

Pensando assim a gente até que é bem humilde, as nossas varinhas mágicas de princesas traziam carruagens, vestidos e sapatos. Ah sapatos! A Cinderela e a fada-madrinha gorducha foram as antecessoras dos Louboutins, dos Manolo Blahnik, e até hoje a gente acredita que o sapato vem com príncipe, que bobinhas, são os príncipes que vêm com sapatos!

Mas de volta ao Bruno, que mundo encantado esse o dos jogadores. Mundo de festas e de tantas Elisas morenas, loiras, mas sempre de calça jeans no modelo meia-calça (tão grudada que é) e poses de costas, já repararam que essas “namoradas” do Bruno estão de costas (olhando pra frente) em todas as fotos? Isso é que é patriotismo, bunda e futebol.

O mundo do macho alfa. O Bruno poderia aproveitar o tempo livre que ele vai ter agora para dar consultorias de logística, como um ser humano é casado e tem todas essas “namoradas”? Ele tinha uma secretária que organizava isso?

Sem o objetivo de interpretar psicologicamente essa história toda, que nem sabemos bem como aconteceu, desconfio que ganhar uma fortuna, ser bonitão, seu amigo fazer uma tatuagem de amizade eterna, traçar todas as mulheres-melancias do caminho, dê à esses jogadores a falsa sensação de serem um “Godfather” sem o glamour do Marlon Brandon. Será que o Bruno estendeu a mão para o Macarrão beijar um anel no seu mindinho ao pedir para ele “resolver o problema da Elisa”? Provavelmente não foi assim tão chique quanto eu gostaria de imaginar.

Seja pela inveja masculina de uma vida de gorila como essa, seja pela curiosidade indisfarçada que todo mundo tem por uma vida assim, sem limites, sem restrições, o caso Bruno evidencia uma mídia perversa e uma certa fome do público por sangue e detalhes mais sórdidos. Enfim, as qualidades usuais das pessoas.
Mas se não fosse o Bruno, do que a gente estaria falando na manicure, no almoço, no bar, e no jornal nacional?
Por Mirabelle

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