O ano vai acabar, vai acabar comigo também. Estou cansada, quase exausta, meus ombros já repletos de fardos tem ainda de sustentar sobretudos que pesam quilos, amortecidos por isolantes e incontáveis camadas de lã, o pescoço rígido pelo cachecol. Tem ainda de caminhar com bujõezinhos humanos erguidos: eles se recusam a caminhar ou a estar no carrinho por centenas de metros, obstinados e bem abrigados, confiando nos bíceps, omoplatas, seja lá o que e onde estão essas partes todas debaixo de tanta roupa.
Mas na sala de minha casa há um pequeno pinheiro, O-Tannenbaum, vivinho e verdejante, entalado dentro de um vaso. Ele também está ali aprisionado pelas estrelinhas, esferas brilhantes, luzes minúsculas e outros pequenos artefatos de madeira, papel ou pano dependurados, esperando, por favor, que tudo isso acabe e ele possa ao menos ser colocado no jardim, destino menos cruel que o lixo – orgânico, of course, pois nos arredores há coleta seletiva e politicamente correta especial para pinheirinhos descartados entre os dias 7 e 15 de janeiro.
E o pior de tudo, minha gente, é que todo mundo acha pinheiro e mãe exausta uma coisa linda! Não é lindo? Não é meigo? Não é fofo?
Duas palavrinhas: HELP ME.
Tá bem, não era bem isso o que eu queria dizer. Vou retificar: FELIZ NATAL!Afinal, o que seria do espírito natalino sem as mães exaustas e os pinheirinhos aprisionados?
Um bom natal para todos, em especial para as mães, aquelas que encontram a paciência e o tempo que os outros não têm para organizar o amigo secreto da família, decorar a casa, montar o presépio e a árvore de Natal, comprar aquele presente que ficou faltando, preparar a ceia e ainda estarem lindas e radiantes em plena meia-noite na próxima sexta-feira depois de trabalhar toda a semana. Papai Noel de saco cheio (mães, never!) pra todo mundo e vamos que vamos!
W.W.
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