segunda-feira, 16 de maio de 2011

Supernanny Me

A- DO-RO esse programa, apesar de no geral eu achar ideologicamente triste a idéia de mudar o comportamento de maneira ortopédica. Me arrepia só de passar na seção de auto-ajuda com todas as dicas de emagrecimento, sucesso e felicidade instantâneas. Como se abraçar uma árvore e chamar as pessoas pelo nome fosse capaz de fazer de você um líder conectado à natureza.
Se essas coisas funcionassem não haveria neguinho infeliz, desempregado ou gordo, mas infelizmente para os psicólogos do comportamento, somos bem mais que ratos mal treinados.
Mas Supernanny eu gosto! Não sei se é porque é incrível ver crianças tão mal-educadas ou se é bom demais ver qualquer transformação, mesmo daquelas mais toscas nas quais a menina estranha tira os óculos e solta o cabelo e se torna a + pop da escola.
Então, por mais que eu desacredite em mudanças impostas externamente supernanny parece funcionar, não parece? Ela não é nenhuma psicanalista do comportamento infantil ou parental, mas dá umas dicas interessantes e acho que o + importante, restringe comportamentos inaceitáveis, no caso das crianças: morder o irmão, xingar a mãe, não comer...
Aí pensei uma coisa.... e se eu SUPERNANNY ME?
E se eu me impusesse ortopédica e externamente proibições à comportamentos que não quero mais?
O que aconteceria comigo?
Eu me sentiria mais feliz e satisfeito, como as crianças da supernanny, que beijam ela no final, ou desenvolveria um pré-câncer no final da semana?
Pensei em fazer um quadrinho de cartolina na cozinha com as minhas metas e estrelinhas no fim de cada dia (será que funciona a gente se auto-reforçar?).
E se tivéssemos uma supernanny nos proibindo de criticar? De reclamar? De cobrar os outros? De trazer assuntos difíceis à conversa? De ficar mau humorada e chata?
Como ficariam nossas relações?
Se só por uma semana nós fizéssemos a escolha artificial e até certo ponto falsa de sermos LEGAIS, em especial com aquela pessoa mais próxima, aquela quem a gente atormenta com mais dedicação e talento?
E se aquelas atitudes mais irritantes e que trazem mais desentendimento nos nossos relacionamentos forem tão só birras infantis das quais não conseguimos nos livrar, mas que nos fazem muito mal? Como dormir na cama dos pais, brigar com o irmão e não comer?
E se, além das motivações inconscientes que nos levam a reagir de determinada maneira, nós formos adultos mimados?

Por Mirabelle

3 comentários:

  1. hahahahhahaha.
    Muito boa!
    No caso masculino o CESAR MILAN Me tambem deve funcionar....

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  2. Doida pra postar vários comentários, vou tentar me organizar em tópicos (amo):
    - também amo supernanny, pelo voyerismo de famílias doidas e pela esperança que dá;

    - fico me perguntando se depois de um ano as coisas voltam ao que eram, pois provavelmente os conflitos subjacentes ressurgem em outras manifestações (viés psicanalítico);

    - eu me sinto ou pouco a cdf 4 olhos da escola que dez anos depois soube mostrar o belo de si mesma, e acho que a terapia ajudou (hahahaha essa foi desnecessária);

    - tenho grandes dúvidas quanto à eficácia do auto-reforço em pessoas que se conhecem razoavelmente bem (ou são neuróticas pessimistas)... comigo não funciona, pelo menos as mensagens na geladeira, espelho e etc... me sinto um pouco idiota;

    - com certeza somos mais mimados do que imaginamos, mas às vezes sinto que poder ser um pouquinho mimado é a margem de folga que temos para não sofrer tanto o desgaste de uma vida levada sempre a sério e com controle emocional constante... coisa de robô né?

    - o duro é fazer birra sabendo que é birra...

    -então se a gente não pode se auto-supernannizar, que tal combinar uma semana com um grande amigo (e torcer pra amizade se manter?) rs rs

    adorei Mari! beijos

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