domingo, 18 de dezembro de 2011

Presentear

Então é Nataaaallllll

Você com certeza já ouviu, se já passou pela adolescência ou tem algum amigo que ficou preso no discurso João Gordo/ curso de humanas, IFICH (filosofia Unicamp) ou fefeleche (humanas USP) que o Natal é uma invenção capitalista, que o papai Noel é uma figura criada com as cores da Coca Cola e blá blá blá... essas pessoas ou estão treinando os discursos panfletários recém aprendidos ou elas os utilizam porque não conhecem o gosto de PRESENTEAR.

Presentear alguém não é mera invenção capitalista (me desculpem Marxistas de plantão), dar um presente exige muito mais que dinheiro e shopping. Muito, Muito mais.

Dar um presente exige tempo, espaço mental para o outro dentro de si, da cabeça, do coração muito mais do que no bolso.

Dar um presente começa antes de ir às compras, se esse for o caso. Começa-se pensando, começa aí também a razão para tanta gente odiar dar presente!
Quando os enfeites de natal aparecem, acendem dentro de mim luzinhas de idéias de presentes.

Parece coisa antiga e démodé, mas a verdade é que estão ressurgindo por aí muitos manuais, nos tempos da pós-modernidade, em que se diz que o que há de UAU é não haverem regras pra nada, a verdade é que estão voltando os manuais de etiqueta, de moda, de comportamento, e eu estou achando divertido!
Vamos então ao Manual dos Presentes, porque não???

Dar presente dá um qüiproquó danado, um mal-estar que dura muitos natais, dar um presente caro e ganhar uma lembrancinha... dar uma bolsa luxuosa pra sua mãe e ver sua empregada no ano seguinte com a dita-cuja...

Existem várias formas de presentear:

-Com orçamento ilimitado- Fácil de agradar, não exige imaginação. Raro de acontecer. (Quem não amaria uma jóia da Tiffany ou um carro? Vai falar que não??)

- Com orçamento limitado- Mais interessante. Exige imaginação.

1- Pensar no que a pessoa gostaria de receber- Presente ideal. Exige se colocar no lugar do outro, pensar em que momento da vida a pessoa está- Requer maturidade emocional, empatia, gentileza, tempo, tranqüilidade. Ou anos luz de psicoterapia.

2- Pensar o que EU quero dar- costuma acontecer quando o presenteador quer “arrumar” o presenteado. Relação mãe-filho, namorada -namorado, esposa-marido (às vezes se faz necessário). Ou na pior das hipóteses, quando o presenteador só gosta de dar o que gosta sem pensar no outro (Famoso: “Narciso acha feio o que não é espelho”).

3- Presente feito pelo presenteador- muito especial- requer talentos pessoais. (Ganhar um bolo, um livro de fotos, um quadro pode valer mais que uma jóia)

Vamos às receitas:


1- Imaginar ou investigar o que a pessoa quer e gosta; (NUNCA o que ela PRECISA)

Para isso é importante conhecer bem quem se presenteia ou perguntar à alguém próximo da família, um amigo a quem se tenha acesso à mãe ou marido por exemplo.
NUNCA dê de presente o que a pessoa PRECISA, isso é CHATO de ganhar.
O que a gente PRECISA, a gente COMPRA!
Imagina ganhar a persiana que impeça o sol de bater no seu computador... nada mais importante... e mais chato! Ganhei uma velinha perfumada de uma marca francesa que adoro, ficou linda no lavabo, nada mais desimportante... eu nunca compraria. Amei!

2- Observe as lojas que a pessoa frequenta, ou melhor, as que ela adora e nas quais não costuma comprar;


Ganhar presente serve para a gente ganhar aquilo que, no geral, não compraria.
Se a pessoa a quem você vai presentear é caprichosa e tem marcas favoritas ou algumas lojas pelas quais tem preferência, mas não costuma comprar, vai ser MUITO fácil agradar.
Não precisa comprar um item que custe caro, por exemplo, se é uma loja de sapatos, e você não pretende dispender esse valor, escolha um item mais em conta, um cinto por exemplo. As pessoas que tem preferência pela marca não se importam com o item, mas com a qualidade, com a cores, pelo que a idéia daquela loja representa. A pessoa que segue tendências de moda e acompanha as coleções, se sentirá agraciada e conquistada pela sua delicadeza em compreender isso, não importa quão simples seja o item que você escolheu, essa escolha vale muito mais do que dar, por exemplo, um vestido de qualidade duvidosa que a pessoa pode não usar.
Isso vale também para os homens, muitos homens tem suas lojas preferidas, o que não significa que você precisa presentear com um blaser ou uma camisa, peça que extrapola o orçamento que você reservou para o presente, mas pode escolher uma carteira da loja que sabe que a pessoa gosta. Novamente esse presente é melhor do que dar uma peça de roupa de preço igual e qualidade inferior.


(continua...)


Por Cocobelle

3 comentários:

  1. Unh...
    eu sempre achei que dar presentes é uma arte. E das mais refinadas.

    Mas seu post me ensinou várias coisas valiosas. gostei muito.

    Aguardo ansiosamente a conclusão

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  2. Ai Má!! eu sempre estou no campo orçamento limitado e imaginação sem limites. Dar presente é muito legal mesmo - é quase um objeto intermediário que materializa a relação naquele momento. Adoooro!

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